11.9.07

minha poesia

minha poesia é anti-poética
anti toda essa tralha que o homem inventou
pra se achar superior que os outros..
na real é um grande punhado de bosta

tudo que o faz mais rico em dinheiro
o faz mais pobre em vida e em força
tudo o que movimenta para ter status
o faz mais obediente e controlado

minha poesia é ácida
ela quer derreter a noção de comum
e qualquer tentativa de formatar
seres em regras pré-estabelecidas

minha arte é um risco
que aposta na vida e não na morte
nas diferenças e não nas corriqueiras
na transformação e não na manutenção

minha poesia é a mosca
que pousa na tua sopa
e você come ela, enquanto não cospe
-teu pior inimigo

minha poesia é anti-poética
anti-rima e anti-ética

ela rima com sujeira
com dor de doença
e ar de diferente

lança tua cara ao contrário
pra que teu olho observe o funcionamento
você já se tocou hoje?

rasga tua cegueira
e olha pro teu entorno
vê que uns querem leite e outros merda
e qual você quer? qual-quer?
vê se teu leite não é tua merda
quanto tempo perdeu escutando nirvana,
e quanto ganhou?

compra tua sorte por 1,99?
distribui tua pele gratuitamente,
teu corpo, tua paciencia e tua alma?

(setembro, 2007)

Nenhum comentário: